Hoje estive pensando sobre o que exatamente é a felicidade. Qual é o exato prazer de viver?
E só consegui lembrar das minhas aulas de História Moderna, quando explicando sobre o imaginário português a respeito das fantasias e mitos o professor nos lembrou que viver não é só coisas boas. Que se a vida fosse só beleza não haveria... beleza. Tudo seria monótono e sem graça. Não haveria comemorações, saudade, reencontros, superações... O Paraíso está mais próximo do que realmente pensamos. E viver é exatamente tudo aquilo que enfrentamos no dia-a-dia. E pegar ônibus lotado, chegar atrasado, pegar falta nas aulas, é passar pelo sufoco de fazer os trabalhos só na ultima hora, é estudar muito pra prova que foi cancelada, é aquele professor fdp que sempre pega no teu pé... É aquele emprego que não se conseguiu, é as coisas que fomos obrigados a deixar pra traz, é a queda, é o tropeço, é o joelho ralado, as brigas em família, o show da banda legal, é não fazer nada com quem se gosta, é sofrer por amor, é amar demais, é ter saudade ouvindo músicas... Isso é a certeza de que estamos vivos. E no dia que eu não tiver mais nada disso terei certeza que é chegado o fim.
'É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto...
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada'
Tom Jobim descreveu muito bem...
Nenhum comentário:
Postar um comentário